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Os imortais vivem entre nós, poesias lindas e feitas de brisa do amanhecer!

Quero fazer um convite, quero conhecer vossos gostos!

Vou postar poesias dos imortais que cada um me mandar, aquela que te faz vibrar, manda-me por email, face, blog, msn, qualquer maneira!

kiromenezes@hotmail.com

Manda-me sua poesia Imortal!

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Poesia de Cecília Meireles

quinta-feira, 22 de setembro de 2011



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O tempo seca a beleza.
seca o amor, seca as palavras.
Deixa tudo solto, leve,
desunido para sempre
como as areias nas águas.

O tempo seca a saudade,
seca as lembranças e as lágrimas.
Deixa algum retrato, apenas,
vagando seco e vazio
como estas conchas das praias.

O tempo seca o desejo
e suas velhas batalhas.
Seca o frágil arabesco,
vestígio do musgo humano,
na densa turfa mortuária.

Esperarei pelo tempo
com suas conquistas áridas.
Esperarei que te seque,
não na terra, Amor-Perfeito,
num tempo depois das almas.




Cecília Meireles


Parte trazida por
Auxiliadora RS



Amor e Tempo (Padre Antonio Vieira)

quarta-feira, 21 de setembro de 2011


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Tudo cura o tempo, 
tudo faz esquecer, 
tudo gasta, 
tudo digere,
 tudo acaba. 

Atreve-se o tempo a colunas de mármore, 
quanto mais a corações de cera! 

São as afeições como as vidas, 
que não há mais certo sinal 
de haverem de durar pouco, 
que terem durado muito. 

São como as linhas, 
que partem do centro para a circunferência, 
que quanto mais continuadas, 
tanto menos unidas. 

Por isso os antigos 
sabiamente pintaram o amor menino; 
porque não há amor tão robusto 
que chegue a ser velho. 

De todos os instrumentos 
com que o armou a natureza, 
o desarma o tempo. 

Afrouxa-lhe o arco, 
com que já não atira;
embota-lhe as setas, 
com que já não fere; 
abre-lhe os olhos, 
com que vê o que não via; 
e faz-lhe crescer as asas, 
com que voa e foge. 

A razão natural de toda esta diferença 
é porque o tempo tira a novidade às coisas, 
descobre-lhe os defeitos, 
enfastia-lhe o gosto, 
e basta que sejam usadas 
para não serem as mesmas. 

Gasta-se o ferro com o uso, 
quanto mais o amor?! 

O mesmo amar é causa de não amar 
e o ter amado muito, de amar menos.


Padre Antônio Vieira


Poema de Garcia Loca

http://vidaseverdades.blogspot.com



"Un ataúd con ruedas es su cama
a las cinco de la tarde.
Huesos y flautas suenan en su oído
a las cinco de la tarde.

El toro ya mugía por su frente
a las cinco de la tarde.
El cuarto se irisaba de agonía
a las cinco de la tarde.

A lo lejos ya viene la gangrena
a las cinco de la tarde.
Trompa de lirio por las verdes ingles
a las cinco de la tarde.

Las heridas quemaban como soles
a las cinco de la tarde,
y el gentío rompía las ventanas
a las cinco de la tarde.

A las cinco de la tarde.
¡Ay qué terribles cinco de la tarde!
¡Eran las cinco en todos los relojes!
¡Eran las cinco en sombras de la tarde!"


...

Federico García Lorca - Espanhol.




"Um caixão sobre rodas é sua cama
às cinco da tarde.
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Ossos e flautas ressoam em seu ouvido
às cinco da tarde.

Seguido do touro na testa
às cinco da tarde.
A sala estava iridescente em agonia
às cinco da tarde.

Na distância a gangrena já
às cinco da tarde.
Chifre do lírio verde Inglês
às cinco da tarde.

As feridas queimavam como sóis
às cinco horas,
e a multidão quebrou as janelas
às cinco da tarde.

Às cinco da tarde.
Oh, que terrível cinco da tarde!
Eram cinco em todos os relógios!
Eram cinco horas da tarde de sombras! "



Tradução Google Tradutor


Tropicana

terça-feira, 20 de setembro de 2011

http://deusasdooriente.blogspot.com/





Morena Tropicana




Composição: 
Alceu Valença/Vicente Barreto




Da manga rosa
Quero gosto e o sumo.
Melão maduro, sapoti, juá.
Jaboticaba, teu olhar noturno;
Beijo travoso de umbú cajá.

Pele macia,
Ai! carne de cajú!
Saliva doce, doce mel,
Mel de uruçú.

Linda morena,
Fruta de vez temporana,
Caldo de cana caiana,
Vem me desfrutar!

Morena Tropicana,
Eu quero teu sabor.


Se cada dia cai

segunda-feira, 5 de setembro de 2011




Se cada dia cai, dentro de cada noite,
há um poço
onde a claridade está presa.

há que sentar-se na beira
do poço da sombra
e pescar luz caída
com paciência.

Pablo Neruda

Por Alberto Santos Dumont

sexta-feira, 2 de setembro de 2011


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Haverá hoje, 
talvez, 
quem ridicularize minhas previsões
sobre o futuro dos aeroplanos. 

Quem viver, porém vera! 


Alberto Santos Dumont, 
Paris 1905



Cinco minutos - José de Alencar

quinta-feira, 1 de setembro de 2011



Foto de Bia Menezes







Cinco minutos





Um dia iras errante pelas vastas solidões dos mares
ou pelos cimos elevados das montanhas, longe do mundo,
sob o olhar protetor de Deus,
à sombra dos cuidados de nossa mãe,

mas até isso viveremos tanto um com o outro,
encheremos de tanta afeição os nossos dias, as
nossas horas, os nossos instantes juntos, que,
por mais curto que seja o nosso tempo juntos,
teremos vivido por cada minuto séculos de
amor e de felicidade.

Eu espero; mas temo.

Espero-te como a flor desfalecida espera o raio de sol que
deve aquecê-la, a gota de orvalho que pode animá-la, o hálito
da brisa que vem bafejá-la.

Porque para mim o único céu que hoje me sorri, são teus olhos;
o calor que pode me fazer viver, é o do teu seio.

Tens mais dúvidas do meu amor?


José de Alencar